20.5.08

Apresentação

O grupo Manga Rosa, criado em 1978, nasceu com o objetivo de desenvolver trabalhos na área das artes visuais e plásticas. Desde o início, rompendo radicalmente com a obra de arte no seu sentido tradicional, exercia as disciplinas da pintura e do desenho tendo como motor a experimentação primeira da descoberta de uma criança.
Um fato interessante foi constatado após algum tempo decorrido da produção de imagens do grupo: seus exercícios no desenho e na pintura sempre realizavam imagens/protótipos para reprodução mecânica. Não havia habilidade manual em jogo, e sim a utilização de energia transformada em trabalho.
Tal modo de produção implicou num procedimento coletivo diante dos trabalhos, eliminando assim dois males da tradição, que se perpetuavam na produção da arte naquela época, desconsiderando os postulados básicos da arte contemporânea. Primeiro eliminou-se a criação de "objets d'art" e em seguida afastou-se por completo a figura do artista como ser único.
Ao dar início à investigação de construções tridimensionais, as posições diante da pintura se radicalizaram. Num gesto absolutamente intuitivo, o grupo Manga Rosa optou por materiais utilizados pela engenharia civil (argamassa, ferro, madeira, etc). Seria ridículo utilizar de tais materiais para a confecção de bibelôs. Portanto, as investigações tridimensionais se desenvolveram no campo da aplicação funcional na arquitetura.
O grupo recorreu ao estudo da estética do ponto de vista do progresso dos meios técnicos de produção e reprodução de imagens, para poder situar sua produção estética em relação aos momentos em que a arte contemporânea questionava profundamente a si própria e sua função social.
Após a realização de uma análise sobre a informação circulante e dos canais utilizados pelo sistema para sua propaganda, surgiu o projeto "ARTE AO AR LIVRE", que se concretizou através da Mostra permanente de Arte (em) Out Door em São Paulo, realizada a partir de agosto de 1981 em um painel afixado na Rua da Consolação, em frente à Praça Roosevelt, veiculando trabalhos de artistas convidados pelo grupo, e outro na Av. Rebouças, onde eram veiculados trabalhos exclusivamente do grupo Manga Rosa.


"O FIO DO PRUMO EM NOSSAS MÃOS, OS OLHOS TÃO PRECISOS QUANTO A RÉGUA; NUM ESPÍRITO TÃO TENSO QUANTO UM COMPASSO..."
Manifesto construtivista - Naum Gabo e Anton Pevsner

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